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02/07/2019

Quando a ansiedade te vence...



E novamente, ela vem para me atormentar.
Tira meu sono, não me deixa pensar direito, me traz dores no corpo, me deixa irritada.

Ah, a velha ansiedade... Companheira das horas mais inadequadas. Chega sem pedir, vai embora quando quer... Ela é meio sem educação, não sabe respeitar os outros. Acha que pode chegar assim, do nada, e tomar controle de tudo. E é folgada também. Não vê que atrapalha e quer ficar o tempo todo em cima da gente. Ô coisinha chata, viu?!

Ela odeia estar atrasada. Por isso, faz a gente ficar planejando as coisas super antecipadamente. Acaba sendo cansativa de tanto insistir. No começo a gente tenta resistir, dizer quem é que manda no pedaço. Mas ela é forte e determinada, não desiste nunca! Tira todas as nossas energias para conseguir o que quer.

Mas chega uma hora que a gente acaba se acostumando com ela. Meio sem escolha, mas acostumamos. Ela passa a ser parte do nosso dia a dia, sempre com aquele jeito intrometido dela. As vezes nem percebemos que ela está aqui.

É uma luta constante. Uma hora ela tá mais calminha, outra hora ela fica agressiva. Nunca se sabe qual vai ser seu humor daqui um ou dois minutos. Nenhum domador de feras consegue acalmá-la. Ninguém.

E é nisso que você percebe que está sozinha com ela. Só vocês duas. Lado a lado, dia após dia. Nem adianta chamar alguém, ela não deixa você gritar. Ela não deixa você fazer nada. Você se tornou uma refém. Ela te mantém em cativeiro todos os dias. Quase não deixa você sair para tomar um ar. Você está sufocada e cansada de toda essa situação, mas cada vez que tenta agir, ela fica mais brava ainda. É uma relação totalmente abusiva. Tóxica. Sem fim.

Ela te deixa presa em um cômodo, sem janelas, com uma pequena porta. Mas essa porta está trancada. Só ela tem a chave, mas nunca deixará você abrir.
Ela gosta de brincar com você. Só que ela é malvada. Faz brincadeiras de mal gosto. Ela faz você passar raiva, chorar. Ela gosta de te ver sofrer.

Parece nunca ter fim. É um loop que se repete infinitamente (pleonasmo, mas ok). É exatamente isso, um loop infinito de pensamentos descontroladamente. 

Imagine uma daquelas bonecas russas. Você abre ela e tem mais uma, abre de novo e tem outra, e de novo, e de novo.. Até que chega na última, e ela é a única sólida. Mas nesse caso não tem a última. Você vive abrindo as bonecas e só encontra a mesma coisa em sua mente. 

Tem um livro que li recentemente, chamado Tartarugas Até Lá Embaixo, do John Green, que fala sobre isso. São tartarugas até lá embaixo, uma em cima da outra, infinitamente. Uma espiral que se afunila cada vez mais, até você ficar rodando em volta de si mesmo sem sair do lugar. Que inferno!

Só de escrever esse texto já fiquei com falta de ar. Relembrando todos esses pensamentos horríveis e infinitos. Mas acontece. A gente acaba acostumando.

Um comentário:

  1. Sinto muito que você tenha que passar por isso. A ansiedade é muito complicada, especialmente quando ela tem tanto controle da situação que só nos sobra o pânico. Melhoras!

    http://afoolishmistake.blogspot.com/

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